A grande preocupação do
filósofo grego era de que justiça não fosse propriedade apenas de alguns
abastados de riquezas materiais e que homens e mulheres fossem melhores
moralmente. Portanto, pra ele a teoria da justiça não o atemorizava, e sim a sua
prática.
Contemporâneo de Sócrates, Trasímaco
sugeriu certa vez, que a justiça era normalmente uma forma de interesse
próprio, pois, para este, homem justo era aquele que fazia bem aos seus amigos,
tese que Sócrates combatia com fervor, sem ser ríspido ao defender suas idéias.
Grande defensor da existência de um
único Deus recusou uma vida de regalias oferecida pelos poderosos de sua época,
preferindo habitar em uma casa simples com sua esposa e vestir-se com roupas
humildes.
Via na religião ferramentas
transformadoras do convívio social do que se refere a comportamento moral da
humanidade. Atribuía à voz divina, o fato de não proceder de forma insensata.
Sócrates era monoteísta em sua essência, mesmo sem demonstrar acreditar na
onipotência divina, como os hebreus.
A educação em sua época já era um divisor
de águas; ele atribuía os erros cometidos pelas pessoas como uma consequência
da ignorância e do falso ensino. Pois o conhecimento conduzia direto à virtude.
Na
técnica de exame, que visava mostrar ao individuo que possui menos conhecimento
do que achava que possuía, Sócrates afirmava que isto o encorajaria a adquirir
mais.
Nas suas publicações orais, Sócrates
enfatizava a todos que o ouvia em público, que no conhecimento, um assunto
vital que faltava era a justiça. Todos os gregos favoreciam a justiça, contudo,
muito poucos sabiam o que era, asseverava o filósofo.
Em seguida, Platão e Aristóteles percorrendo
a mesma linha de raciocínio socrática, começam a estudar a profundidade da
ignorância em relação à justiça, que já era deficiente no ordenamento do
pensamento grego à época de Sócrates.
Baluarte da defesa em prol da
prática da justiça, mesmo assim, não há registrado em nenhum dos seus escritos,
a sua posição contrária à escravidão, e, nunca ter recomendado a abolição.
Visto que Atenas era cheia de escravos fazendo o trabalho que os cidadãos
gregos se recusavam a fazer, por julgar que trabalhar para outro cidadão, seria
desonroso.
Então os devedores que não
conseguiam quitar suas dividas, os vencidos nas guerras e indígenas eram
escravizados e forçados ao trabalho pesado.
A maior lacuna existente na história
do pensamento filosófico envolvendo Sócrates, é que ele realmente não tenha
deixado nada, absolutamente nada sobre a escravidão, nem se posicionado, embora
sua bandeira de luta e ideal de vida tenha sido a efetivação da justiça.