domingo, 26 de abril de 2020

“A vida que não se examina não vale a pena ser vivida” (Sócrates)


 A grande preocupação do filósofo grego era de que justiça não fosse propriedade apenas de alguns abastados de riquezas materiais e que homens e mulheres fossem melhores moralmente. Portanto, pra ele a teoria da justiça não o atemorizava, e sim a sua prática.
            Contemporâneo de Sócrates, Trasímaco sugeriu certa vez, que a justiça era normalmente uma forma de interesse próprio, pois, para este, homem justo era aquele que fazia bem aos seus amigos, tese que Sócrates combatia com fervor, sem ser ríspido ao defender suas idéias.
            Grande defensor da existência de um único Deus recusou uma vida de regalias oferecida pelos poderosos de sua época, preferindo habitar em uma casa simples com sua esposa e vestir-se com roupas humildes.
            Via na religião ferramentas transformadoras do convívio social do que se refere a comportamento moral da humanidade. Atribuía à voz divina, o fato de não proceder de forma insensata. Sócrates era monoteísta em sua essência, mesmo sem demonstrar acreditar na onipotência divina, como os hebreus.
            A educação em sua época já era um divisor de águas; ele atribuía os erros cometidos pelas pessoas como uma consequência da ignorância e do falso ensino. Pois o conhecimento conduzia direto à virtude.
Na técnica de exame, que visava mostrar ao individuo que possui menos conhecimento do que achava que possuía, Sócrates afirmava que isto o encorajaria a adquirir mais.
            Nas suas publicações orais, Sócrates enfatizava a todos que o ouvia em público, que no conhecimento, um assunto vital que faltava era a justiça. Todos os gregos favoreciam a justiça, contudo, muito poucos sabiam o que era, asseverava o filósofo.
            Em seguida, Platão e Aristóteles percorrendo a mesma linha de raciocínio socrática, começam a estudar a profundidade da ignorância em relação à justiça, que já era deficiente no ordenamento do pensamento grego à época de Sócrates.
            Baluarte da defesa em prol da prática da justiça, mesmo assim, não há registrado em nenhum dos seus escritos, a sua posição contrária à escravidão, e, nunca ter recomendado a abolição. Visto que Atenas era cheia de escravos fazendo o trabalho que os cidadãos gregos se recusavam a fazer, por julgar que trabalhar para outro cidadão, seria desonroso.
            Então os devedores que não conseguiam quitar suas dividas, os vencidos nas guerras e indígenas eram escravizados e forçados ao trabalho pesado.
            A maior lacuna existente na história do pensamento filosófico envolvendo Sócrates, é que ele realmente não tenha deixado nada, absolutamente nada sobre a escravidão, nem se posicionado, embora sua bandeira de luta e ideal de vida tenha sido a efetivação da justiça.

terça-feira, 21 de abril de 2020

O COMPORTAMENTO HUMANO EM RELAÇÃO À DIVINDADE



Desde os primórdios que a raça humana procura se relacionar com o Divino, nas suas mais diferentes formas de buscar resposta para o surgimento de sua existência.
Sempre com sua maneira peculiar de se relacionar com o Sagrado, o homem cria rituais para se aproximar da Divindade que rege a vida e as coisas criadas que interferem diretamente ou não na sua vida.
As mais variadas indagações feitas por cada pessoa à sua maneira sobre a existência de um Ser Superior com poderes infinitos, que exerça domínio sobre a vida e a morte, fazem com que todos necessitem obter uma crença, ainda que essa manifestação pessoal seja maquiada por uma duvida do crer sem ver.
O que não se pode negar, é que tudo que existe, de forma animada ou inanimada, foi criado por alguém ou algum Ser, que dependendo da cultura em que o homem nasça, seja criado e instruído em saberes local ou universal, detém um nome ou um titulo.
A necessidade de se reportar a alguém ou a algo que possa aliviar a dor, preencher a lacuna de sua existência, estimula o homem a buscar uma forma amorosa, defensora e protetora que amenize os dissabores do seu cotidiano.
Em todos os tempos sempre estivemos em busca de uma resposta para o que pensamos ou sentimos. O universo da mente humana é imensurável, tal qual o firmamento celeste. E isso nos leva a embrenharmos numa expedição individual na história para fazermos a seguinte interrogação: quem, afinal, é Deus?
As diversas e exóticas religiões surgidas a partir da necessidade de proteção Divina, tem se comportado diante do Supremo Poder que rege o universo, em diferentes formas de adoração, julgando ser a sua, a correta relação com o Sagrado. Servir a Divindade extrapola todo o tipo de dor e de prazer, usufruindo de um bem estar fora do comum.
A Bíblia Sagrada se refere a Deus (YHWH) como o criador de todas as coisas, inclusive o homem. Esse Deus sempre se preocupou com o bem estar mental, físico e espiritual do ser humano, contudo a humanidade intentou (pecou) contra a sua superioridade, e Ele escolheu um pequeno povo para servi-lO e adorá-lO. Os outros povos passaram a buscar outras formas de divindades, porém àquelas não tinham o poder, tal qual Essa, que ora proporcionava melhores condições de vida ao povo escolhido a partir da semente de Abraão, que indubitavelmente acreditou na promessa feita a ele por um deus invisível, entretanto vivo e audível aos ouvidos de quem o obedecia.
Como o homem se comporta no relacionamento com o Divino? As mais variadas formas de se conviver com o Sagrado. O que faz um Ser Superior se preocupar e corresponder numa relação onde existe uma infestação descomunal de ingratidão por parte da vida humana.
Ao adquirir conhecimento sobre outras manifestações deis tas, em outros tipos de culturas e convivência social, a partir de evoluções filosóficas e teológicas, corremos sedentos ao encontro de varias interrogações a respeito da transcendência da deidade.
Os mais diversos ritos religiosos dão conta de que existe uma Divindade. No entanto afirmar qual é o correto ou aceitável para os padrões humanos, ainda gera muitas discussões e até mesma guerra em países fundamentalistas e intolerantes a multiplicidade religiosa. O relacionamento entre dois seres é por vezes conflitantes, ainda mais quando um é santo e o outro profano. A busca da verdade absoluta quase sempre leva o individuo a se perder pelo meio do caminho. Quando isso acontece, o expedicionário desiste; toma um atalho; ou recomeça a busca.
Procuremos então, entender e respeitar as diversas formas de adoração ao Divino, conviver com Sagrado, ainda que tentado pelo profano. Aceitar que o mesmo Deus que tira vida, também a dá. Reverenciar a força aliada, a sublimação na criação do cosmo numa visão holística.

“A vida que não se examina não vale a pena ser vivida” (Sócrates)

 A grande preocupação do filósofo grego era de que justiça não fosse propriedade apenas de alguns abastados de riquezas materiais e que ho...